maluvargas.com

Na verdade não escrevo mais aqui, pessoal. Me mudei, digamos assim, para o www.maluvargas.com onde abordo assuntos relacionados ao amor pela leitura, pela escrita e pela família, de um ponto de vista inevitavel e alegremente feminino. Meus escritos sobre educação estão atualmente guardados no hard disk. Sairão um dia, quem sabe. :)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

É complicado pedir socorro

Andei sumida. É que é complicado levar um blog adiante. Mas é mais complicado ainda quando ele trata de assuntos pessoais e - agora vamos elevar o complicado ao cubo - quando esses assuntos não são histórias de sucesso, "humildemente" compartilhadas com os amigos que infalivelmente nos felicitarão e admirarão.
Andei visitando a escola onde cursei meus seis anos de Ensino Médio, o antigo Segundo Grau. Sim, seis anos para terminar um curso de três, mais comprido, portanto, do que meu doutorado em Letras. Vamos combinar que eu tenho conhecimento de causa quando se trata de repetência. Sou hiper-pós-graduada. E uma coisa que não me sai da cabeça é que repetência escolar é fruto do descaso. Aha, "descaso por parte dos alunos, que não querem estudar", me diriam colegas que andam injuriados com a profissão. Mas eu acho que, de parte dos alunos é só um grito por socorro, mesmo. O descaso é institucional e a instituição em questão normalmente não é uma só, mas é um misto de escola, família, Estado... ou seja, todas coisas de somenos na vida do indivíduo não é? Nada que influa muito na sua formação.
Ironias a parte, sei que esse descaso não é somente fruto de ma fé, mas, em muitas ocasiões, fruto de impossibilidades de se oferecer algo melhor, ou até, de se oferecer algo para o jovem repetente. Foi assim no meu caso. É quase incacreditável eu observar, hoje, que a família de uma adolescente que reprovasse tanto quanto eu não tivesse sido chamada até a escola. Mas não foi. Meu pai teria feito um barulho danado se soubesse que eu reprovava por faltas, por exemplo. E eu tinha muito medo disso (tinha muito medo da reação dele) mas mesmo assim, faltava. Donde se conclui que meu grito de socorro não deu em nada. Tive de esperar amadurecer sozinha e finalmente querer sair da escola para conseguir dar o passo necessário na direção de outra etapa de vida.

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